domingo, 29 de agosto de 2010

Por que?

Era quarta-feira. Eu estava saindo de uma adorável aula de gramática. A professora tinha nos ensinado o uso de porque, por que, porquê e por quê.
Minha cabeça doía, quando parei no ponto de ônibus e uma criança se aproximou.
- Pode “me dá” uma moedinha?
- Não - respondi em seguida.
-Por que você não pode? Insistiu a criança.
-Não te dou, porque não quero.
Rebati impaciente com a insistência da criança, que continuara a me olhar.
Olhos mortos, um aspecto enfraquecido. Parecia-me que queria dizer algo. Entretanto, continuou calada. Até pensei que ela fosse embora, mas, continuou:
- Queria entender porque nasci. Ninguém sabe como cheguei aqui, nem o porquê. Faltei a aula hoje porque precisava pedi dinheiro para alimentar minha família, pois, minha mãe “ta” desempregada por que está muito doente. Meu pai, bom, ele sumiu e eu nem quero saber o porquê. Minha irmã sai todo dia, diz que vai vender o corpo, mas, não entendo, porque ela sempre volta com ele. É assim. Os “porquês” sempre atrapalham minha vida, e nunca saberei o porquê.
Naquele mesmo instante, lembrei-me da aula de gramática, lembrei-me como foi trabalhoso aprender semanticamente cada “porque”. Como era fadigoso ter que escutar a voz daquela professora. Entretanto, eu aprendi como usar.
Olhei para aquela criança, percebi que ela também sabia usar. Até porque, como ela mesmo disse, fazia parte da vida dela. Logo, o problema ainda, eram os ‘porques’ sem respostas.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A injustiça dói, somos madeira de lei que cupim não rói!

Hoje, dia 05 de Agosto de 2010, alguns estabelecimentos “param pra comemorar” o aniversário da fundação da Paraíba. Pergunto-me: o que têm de tão bom pra comemorar? O que tem de tão feliz e de tão importante? Justamente hoje, que um dos maiores políticos da história da Paraíba, teve sua candidatura impugnada, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Surpreendo-me com posturas de alguns ministros, posturas lastimáveis, repugnantes. Pessoas que devem dá um exemplo de cidadania ao país, entretanto, fazem parte de uma contradição, sendo abertamente comprados, por quantias qualquer, de adversários que só sabem ganhar na falcatrua, adversários esses que entendem totalmente errado o sentido de democracia. Adversários desesperados, pois é precisamente esse o adjetivo que se adapta ao atual governador da Paraíba, que assumi esse cargo através de um tapetão, porque nas urnas, sempre é sobrepujado. É justamente esse adjetivo que se encaixa ao atual prefeito de Campina Grande, que está com um processo de cassação “nas costas”, por desvio de dinheiro da saúde, para conta de campanha, e que ao contrário de Cássio, ninguém se pronuncia para tirá-lo do poder. É exatamente esse adjetivo que se encaixa a todos que tem medo das urnas.
Atualmente, presenciamos uma Paraíba restrita à assaltos, uma Paraíba com um índice de mortalidade indiscutivelmente alto, uma Paraíba com esconderijos do tráfico, uma Paraíba sem segurança, uma Paraíba sem educação, uma Paraíba que os presídios não têm estrutura suficiente para prender aqueles que mereciam está presos, e por enquanto eles ficam franqueado de qualquer tipo de algemas, alastrando medo em toda população, mas, também qual exemplo que esses vão ter? Ou melhor, de quem eles vão ter exemplo? Se o próprio governante é um furtador da democracia, se o próprio liquida uma lei promulgada na “Era Vargas” que dizia claramente “VOTO LIVRE”. Está se repetindo na Paraíba uma cena dilaceradora, o “voto de cabresto”.
É essa a Paraíba que você comemora? Pois ao contrário dos estabelecimentos parados para comemorarem, eu me coloco na posição de LUTO, por uma Paraíba comprada e restrita a uma ditadura ofuscada.
E que fique bem claro, "Queiram ou não queiram os juízes, o nosso bloco é de fato campeão!"

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Educação e medo: grandes diferenças.

Acato com muito facilidade a "Lei da Palmadinha", que está para entrar em rigor ainda esse ano, pois, sempre fui a favor de uma boa educação familiar. Entretanto, a palavra educação na minha concepção é totalmente contraditória, em relação a medidas que muitos pais usam para “educar” seus filhos e manter autoridade sobre os mesmos.
Nos tempos medievais havia uma pratica chamada infanticídio, onde os pais matavam seus filhos no momento em que eles nasciam, por vários motivos, inclusive o prestígio do mesmo, que por um momento poderia ser atrapalhado, quando um filho crescera. Porém, hoje, estamos no século XXI, à prática usada é bem menos cruel, mas, ainda existem castigos corporais lastimáveis, que dilaceram também o psicológico da criança, e no lugar da educação, ela terá medo.
Existe apenas uma única explicação para que isso acontecesse, a escassez do diálogo.
As pessoas ainda confundem muito gritar com dialogar. O diálogo é sinônimo de uma boa educação, pois o que realmente impõe limite é uma voz ativa, mostrar à criança que ela não precisa ter medo, e que só quer ajudá-la, educando-a, impondo limites, sem ter que alimentar a violência.
O diálogo é sim, o suficiente para uma boa educação.